Procurador de Minas Gerais chama seu salário de R$ 24mil de "miserê"
Fonte: Rádio Itatiaia
Procuradores de Justiça de Minas Gerais estão insatisfeitos com
o salário mensal de R$ 24 mil. Alguns deles expressaram o sentimento durante
uma reunião da câmara de procuradores, que discutia o orçamento do Ministério
Público para 2020. Caso Minas Gerais assine o acordo de recuperação fiscal com
o governo federal, assim como fez o governo do Rio de Janeiro, o Estado pode
ficar impedido de conceder qualquer reajuste salarial, o que afetaria também o
pessoal do Ministério Público. Durante a reunião, que teve o áudio publicado no
site do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o procurador Leonardo
Azeredo dos Santos pediu a palavra e fez um desabafo aos colegas e ao
procurador-geral de Justiça, Antônio Sérgio Tonet. Leonardo reclamou do salário
de R$ 24 mil.
“Quero saber se nós, no ano que vem, vamos continuar nessa
situação ou se vossa excelência já planeja alguma coisa, dentro da sua
criatividade, para melhorar nossa situação. Ou se vamos ficar nesse mizerê”,
disse o promotor.
“Estou fazendo a minha parte. Estou deixando de gastar R$ 20 mil
de cartão de crédito e estou passando a gastar R$ 8 (mil), para poder viver com
os meus R$ 24 mil. Agora, eu e vários outros, já estamos vivendo à base de
comprimidos, à base de antidepressivo. Estou falando desse jeito aqui com
dois comprimidos sertralina por dia, tomo dois ansiolíticos por dia e ainda
estou falando desse jeito. Imagine se eu não tomasse? Ia ser pior que o
Ronaldinho. Vamos ficar desse jeito? Nós vamos baixar mais a crista? Nós vamos
virar pedinte, quase?”
Na reunião, os procuradores discutiram ainda o fim do concurso
para oficial de Justiça em grandes cidades como Belo Horizonte, Contagem e
Betim, terceirizando o serviço, assim como foi feito com os analistas de
sistemas.
Em nota, o MPMG informou que não estuda a adoção de benefícios para a carreira de procuradores, promotores ou de servidores, em vista da grave crise financeira vivida pelo estado.
Em nota, o MPMG informou que não estuda a adoção de benefícios para a carreira de procuradores, promotores ou de servidores, em vista da grave crise financeira vivida pelo estado.
O MP alega também que vem tomando medidas de austeridade para
aumentar a eficiência administrativa e reduzir os gastos, principalmente com
pessoal.
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