PREFEITO DE SÃO MATEUS CONTINUA NO CARGO. TSE SUSPENDE JULGAMENTO DE CASSAÇÃO
Ministros do TSE em julgamento do recurso do Prefeito Daniel da Açaí. Foto: tse.jus.br |
O julgamento da cassação do mandato e inelegibilidade do
prefeito de São Mateus, Daniel Santana, foi suspenso. A sessão aconteceu na
noite dessa terça-feira (8) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília,
mas foi interrompida pelo ministro Edson Fachin, que pediu vista do processo.
Com esse resultado, o prefeito continua no cargo.
Ministros do TSE começaram o julgamento por volta das 19h. A
sessão foi iniciada pela presidente da corte, a ministra Rosa Weber, que votou
pela cassação do mandato do prefeito. A magistrada argumentou que a
distribuição de água, em região reconhecida pela necessidade hídrica da
população, trouxe grave desequilíbrio às eleições, uma vez que Daniel da Açaí
ficou indevidamente em posição de vantagem em relação aos demais candidatos. “Ainda que desvinculada a entrega da água ao voto, essa forma de proceder exerce forte apelo, principalmente nas camadas mais necessitadas da população”, observou a ministra.
Depois do voto da ministra, relatora do processo, o ministro
Edson Fachin fez pedido de vista. Na linguagem jurídica, significa que a
situação exige uma análise mais profunda. Como disseram os próprios ministros,
o caso é delicado. Se Daniel fosse condenado, novas eleições seriam convocadas.
O CASO
Daniel da Açaí, prefeito de São Mateus. Foto: divulgação |
Daniel Santana, conhecido popularmente como Daniel da Açaí,
foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) por abuso de poder
econômico em 2017. Segundo a corte, Daniel, na época sócio minoritário da
empresa Açaí Água Mineral, teria distribuído água e caixas d’água para
moradores da cidade em meio a uma crise hídrica, entre 2015 e 2016. Ou seja,
perto do período eleitoral. O que, na avaliação do TRE, provocou um desequilíbrio
nas eleições da cidade.
Depois disso, o Tribunal cassou o mandato e tornou o prefeito inelegível por oito anos. A sansão também seria aplicada ao vice de Daniel, José Carlos do Vale. Mas ele morreu em agosto do ano passado. Mesmo depois da condenação, Daniel da Açaí se mantém no cargo por uma decisão liminar.
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