EXCLUSIVO: MECÂNICO QUE DIRIGIA TÁXI QUE CAPOTOU PRESTA DEPOIMENTO. ELE CONTA O QUE ACONTECEU
Foto: internauta |
O mecânico Marcelo Vieira, 33, que dirigia um carro que capotou na semana passada, prestou depoimento na manhã dessa sexta-feira na delegacia de Linhares. Ele foi ouvido pelo delegado Romeu Pio Júnior por duas horas. A Polícia não passou informações sobre a declaração de Marcelo, mas ele conversou com o jornalismo da Nova Onda.
Havia seis pessoas no carro, que era um táxi, quando o veículo capotou e duas morreram. Marcelo disse que perdeu o controle da direção depois de uma ultrapassagem. “Eu lembro de ter cortado um carro. E quando voltei para a minha mão, eu bati em alguma coisa; em um olho de gato, em um buraco... Perdi o controle do carro que capotou”, lembra o mecânico.
Marcelo era o único que usava cinto de segurança. Ele disse que pediu aos outros cinco passageiros para que usassem também. Mas, segundo ele, todos recusaram. “Somente eu estava de cinto de segurança. Pedi para colocarem. Um, na hora, recusou e eu não entrei em detalhes”, disse.
O grupo seguia para a Lagoa Nova, em Linhares. O mecânico disse que não houve ingestão de bebida alcoólica antes de saírem com o carro. “Não. Eu estava totalmente consciente. Ali foi nada mais nada menos que um acidente. Eu estava totalmente lúcido”, afirma.
O ACIDENTE
O acidente foi por volta das 12h do dia 10, na ES-248, que liga Linhares a Colatina. Quando o carro capotou, os passageiros foram lançados para fora do veículo porque, segundo o Marcelo, não usavam o cinto de segurança. Quando o Corpo de Bombeiros chegou, encontrou cinco pessoas, duas estavam mortas. A equipe fez buscas na área do acidente e não encontrou mais ninguém. Somente no fim da tarde, por volta das 18h, é que o Marcelo apareceu. Ele foi resgatado pela mãe e amigos e levado para o Hospital Geral de Linhares com uma fratura na perna esquerda. A suspeita é a de que o mecânico tenha saído do local depois do acidente porque, somente depois disso, polícia e bombeiros souberam de um sexto ocupante.
Marcelo diz não se lembrar direito do que aconteceu. “Eu só me lembro que acordei e já estava, praticamente, escurecendo. Eu estava de bruços no chão. Eu olhei e não vi nada, só escutava a ‘zoada’ dos carros. Me arrastei até um lugar mais alto do pasto para chegar na pista”, conta o mecânico lembrando que encontrou um rapaz na fazenda onde estava que o ajudou. Minutos depois, a família dele chegou. “Foi quando me botaram no carro e me levaram para o pronto socorro”.
Sobre o número de pessoas no carro, que excedeu o limite estabelecido por lei, Marcelo disse, apenas, que tinha consciência do que estava fazendo. Dos cinco passageiros, Carlos Alberto, 44, e Rayanne Gonçalves, 24, morreram no local. As outras três vítimas, Monielly Costa, 20, Leonardo Gama, 27, e Ivaneide Ferreira, 48, foram levadas a hospitais de Linhares. Monielly e Leonardo são namorados. Eles continuam internados em estado grave. Já Ivaneide tem o quadro de saúde considerado estável. A polícia ainda não ouviu as três pessoas.
O TÁXI
O veículo é de um taxista que trabalha próximo da rodoviária de Linhares. Amigos dele informaram que o carro foi levado ao mecânico, em Bebedouro, no interior da cidade, para fazer algumas manutenções. E que Marcelo saiu com o táxi sem a permissão do taxista. Mas o mecânico contesta. “Não foi ele [o taxista] quem deixou o carro, foi o irmão dele. Ele não sabia que eu estava indo para a Lagoa Nova, isso eu concordo. Agora que eu peguei o carro e andei sem a permissão, sem alguém saber, é mentira. O próprio irmão dele estava ciente de que eu ia andar no carro para testar, que eu iria para Linhares. Agora essa questão de que eu peguei escondido... essa tese não funciona”, concluiu.
Comentários
Postar um comentário