Operação da Polícia Federal investiga 10 suspeitos em Barra de São Francisco e região. Prejuízo pode ultrapassar R$ 1 milhão
Com o objetivo de combater fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (24), as Operações “São Francisco” e “Água Doce”. Os crimes, de acordo com a polícia, eram cometidos na Agência da Previdência Social em Barra de São Francisco. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de Barra de São Francisco, Água Doce do Norte, Baixo Guandú e Mantena, em Minas Gerais.
Uma das fraudes acontecia com a criação de benefícios fraudulentos a partir da inserção de dados de pessoas físicas comuns, dados verdadeiros, como CPF, mas com o nome do titular ou filiação alterados, às vezes por uma única letra. Assim, com o aval de servidores do INSS envolvidos na fraude, esses benefícios eram autorizados e as contas correntes indicadas nos CPF’s passavam a receber os depósitos do dinheiro.
Segundo a PF, além de servidores do INSS, houve nessa fraude a participação de funcionários da prefeitura de Barra de São Francisco, que eram cedidos à autarquia para suprir a falta de pessoal. Esses servidores municipais faziam uso de informações privilegiadas provenientes do fácil acesso aos bancos de dados da prefeitura local, obtendo nomes, CPF’s e outros dados qualificativos de servidores municipais, em sua maioria, aposentados, que não sabiam de nada.
Ao longo das investigações, a PF descobriu mais de um sistema de fraude, sendo um deles utilizado por um político local que oferecia “facilidades” a eleitores em processos de aposentadoria e outros benefícios, chegando a cobrar valores pelo “serviço”. Outro crime identificado era o tráfico de influência exercido por pessoas de fora da agência da previdência que encaminhavam trabalhadores em busca de aposentadoria e outros benefícios, os quais recebiam “tratamento diferenciado” por servidores envolvidos no esquema de corrupção.
De acordo com a Força Tarefa Previdenciária no ES, formada pela Polícia Federal, integrantes do Ministério da Previdência Social e Ministério Público Federal, as fraudes aconteciam desde 2008, sendo investigadas a partir de 2012. Estima-se que a soma dos valores desviados dos cofres públicos da União ultrapassem a soma de R$ 1 milhão, sendo que o prejuízo evitado com a suspensão dos benefícios gira em torno de outro R$ 1 milhão.
Ainda de acordo com a polícia, foi empregado um efetivo de 35 Policiais Federais e dois servidores do Ministério da Previdência Social na deflagração das Operações. Os investigados irão responder pelos crimes de estelionato previdenciário, inserção de dados falsos em sistema de informação, corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de influência e crime eleitoral, de acordo com a conduta de cada investigado, delitos cujas penas podem chegar a 12 anos de prisão.
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