Seca gera queda na captação de leite da Veneza
A seca que assola grande parte do Brasil, inclusive as regiões
Norte e Noroeste do Espírito Santo, onde está instalada a maioria das
propriedades que fornecem leite à Cooperativa Veneza, está prejudicando muitos
produtores, o que fez mudar drasticamente o cenário leiteiro que nesta época do
ano costuma apresentar uma média bem maior do que a anual.
No ano de 2014, a Veneza captou durante o mês de janeiro uma média
de 210 mil litros de leite por dia. Já em 2015, durante o mesmo período, foi
registrado uma média de captação de 160 mil litros por dia, o que representa
1,5 milhão de litros de leite a menos durante o mês.
O gerente de produção da Veneza, Ádamo Barros, falou de como a
Cooperativa está lidando com a situação. “Nós estávamos preparados para receber
uma média até maior do que a do ano passado porque janeiro é um mês de muita
chuva. Mas devido a essa seca, tudo mudou e nossos planos foram comprometidos.
Por enquanto ainda estamos conseguindo abastecer nosso mercado, mas se a
estiagem persistir, podemos até reduzir a oferta de produtos”, alerta.
Com o pasto seco, as vacas deixam de comer e a perda de peso vem como
consequência. Em uma propriedade onde o produtor rural sequer trabalha com
suplementação alimentar, a produção de leite pode cair até mais do que 90%.
Mas não são apenas esses produtores que sentem
os efeitos da seca. Mesmo aqueles que se preparam passam por dificuldades.
Muitos reservatórios de água feitos para irrigar piquetes secam e o capim não
aguenta. Sem o principal alimento, a alternativa é alimentar as vacas com
suplementação à base de cana, milho ou ração. Mas além de nem todos os
produtores conseguirem, o resultado nunca é o mesmo.
Apesar da alternativa, o gado come menos. As vacas leiteiras
precisam de proteínas que ficam na ponta do capim, mas para que isso aconteça,
precisa molhar.
Medidas podem minimizar prejuízo ao produtor
Quando os animais começam a perder peso
devido à seca, os produtores rurais devem rapidamente adotar algumas medidas
emergenciais na tentativa de diminuir os prejuízos.
De acordo com Robson Sant’Ana, zootecnista
do programa Leite Certo Veneza, é importante que o homem do campo saiba o
momento correto de tomar essas medidas. “Se o pecuarista não tem pasto, silagem
e nem ração, ele deve ter ciência de que será preciso se desfazer do animal.
Muitos não querem vender uma vaca por causa da boa capacidade leiteira, mas esses
animais não são tão resistentes a uma estiagem mais dura como a que estamos
vivendo hoje e perdem muito peso. Se não tiver cuidado esses animais podem até
mesmo morrer, o que ficaria ainda mais oneroso ao bolso do produtor. A verdade
é que se eu não tenho como alimentar uma vaca de leite nesse período, preciso
vendê-la”, alertou.
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